quarta-feira, 30 de abril de 2014

Crise entre estrelas

Como todo casamento, a lua de mel tem um fim. Assim pode definir o Galo nos dias de hoje. Acabou as mil maravilhas de 2012 e 2013 entre time e torcida e há quem diga entre o próprio elenco, digo, Ronaldinho e Tardelli. 

Depois de longo tempo volto a postar para tentar explicar o que está acontecendo com o Atlético. São vários fatores errados desde a IDA ao Marrocos no final de 2013. 

A começar pelo planejamento errado de Cuca, ainda treinador do Galo naquele ano. Uma viagem muito antecipada tirando totalmente o foco do time na competição, parecia mais um passeio turístico do que uma disputa de um Mundial. Foram 10 dias sem jogar, o que numa temporada normal é muito tempo e o time não podia ficar esse tempo todo sem entrar em campo.  O segundo erro foi o famoso "sapato alto" diante de um adversário desconhecido, porém muito forte dentro de campo, o Haja Casablanca. O time, o treinador, a torcida desmereceu o anfitrião e o vexame só não foi maior porque eles brincaram com o Atlético. 

O anúncio de Paulo Autuori no comando Galo veio em um momento conturbado e ainda doloroso com a ressaca do Mundial de Clubes. O treinador que também já deixou o comando do Galo chegou com a responsabilidade de manter um padrão daquele time que brilhou em 2012 e 2013, mas não conseguiu. Um time sem pré-temporada, com alguns desfalques por contusão e com apenas uma contratação resultante, o zagueiro Otamendi. Um time bagunçado, sem vontade, sem preparo físico ou sem responsabilidade por ter conquistado seus objetivos no ano anterior.

Mas no meio disso tudo ainda existe um fator que pode ser grave, mas que não veio a tona ainda, é só uma questão de tempo, a tal da crise entre as duas maiores estrelas do time: Tardelli e Ronaldinho. Essa é uma crise que afeta e muito tudo no Atlético, afeta torcida, afeta o elenco, afeta o futebol que é o principal. Há quem diga que os dois não andam mandando flores nos bastidores (não sabemos o real motivo), porque dentro de campo todo mundo já percebeu e a torcida já percebeu também.  Só que ambos esqueceram que o time, a instituição, a torcida são maiores que os dois, a gratidão por 2013 ficou por lá mesmo. É injusto, sabemos disso, temos que agradecer eternamente pela maior conquista em 105 anos, mas nos acostumaram mal. O maior patrimônio do clube já está pedindo a reserva para ambos e o atual treinador Levir Culpi já mando o papo: "Se não jogar é reserva".  É assim que tem que ser. Mas ainda preferimos acreditar que os dois voltam a jogar futebol e como equipe, porque fazem qualquer adversário tremer.